domingo, 27 de março de 2011

Dormir fora

Até mais ou menos meus 17 anos entrava em panico só em pensar na possibilidade de dormir fora de casa. Passei a infancia recebendo convite das amiguinhas de dormir na casa delas, viajar fim de semana e a resposta da minha mãe era sempre a mesma: "Por mim, ela vai. O problema é que ela não dorme." Claro que as pessoas não acreditavam... achavam que era mais uma das frescuras da minha mãe. A grande verdade é que eu realmente não dormia fora de casa. Tinha verdadeiro horror! Não sei o que passava na minha cabeça. Tentei muitas vezes sim. E no meio da noite precisavam me buscar antes que eu enlouquecesse os pais das minhas amigas.

Uma vez, resolvi aceitar um convite de uma amiga para passar um fim de semana em um Hotel Fazenda em Vassouras. Fui porque ia dividir o quarto com ela e a irmã e os pais estariam ao quarto ao lado. Simplesmente virei um zumbi. Não consegui dormir á noite e nem de dia. Quando voltei para casa, a primeira coisa que fiz foi me jogar na cama e pedir para ninguém me acordar.

Não satisfeita com essa experiência, um tempo depois, fui passar uma parte das férias na casa de uma amiga em Itaipava. Estava toda feliz. Levei tudo que precisava para tentar lembrar minha cama e conseguir dormir. Levei travesseiro, edredom, ursinho de pelúcia... A noite chegou e nada do sono chegar... Só sei que no quarto dia sem conseguir fechar os olhos, liguei para casa chorando muito e meu avô pegou a estrada na mesma hora e foi me buscar.

Depois disso, fiquei um tempo sem tentar dormir fora, até que quando entrei no IBMEC, fiz amizade com a Camila, que na época morava em Ipanema e vivia me chamando para dormir lá, por ser mais perto das festas e nights que frequentávamos. Uma sexta, resolvi aceitar o convite, já que com quase 18 anos na cara, não ia pedir para o meu avô ir me buscar de madrugada na Zona Sul. E não é que dormi?! E muito bem até.

Me deu um alivio tão grande... Já estava até pensando em fazer tratamento psicológico. Hoje em dia é tão normal para mim dormir fora. Simplesmente deito na cama e durmo. Para a felicidade da minha mãe e avô. Claro que quando passo muitos dias fora sinto falta da minha cama, do travesseiro, edredom, do ursinho... Mas, Graças a Deus, não preciso levar todo meu quarto quando vou para casa de alguma amiga.

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